O objetivo geral do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UNICAMP (PPG-Ecologia) é a formação de mestres e doutores com conhecimento profundo em ecologia e de como a ciência ecológica se insere e subsidia o desenvolvimento social e econômico.
O nosso compromisso é com a formação profunda e atualizada para atender às crescentes demandas da sociedade por conhecimento ecológico e profissionais comprometidos com um desenvolvimento sustentável que contemple o crescimento econômico com justiça ambiental e social. O PPG-Ecologia pretende, através dos seus egressos, de suas publicações e sua inserção social, ser uma fonte de informação científica rigorosa e sólida para todas as áreas de desenvolvimento científico, tecnológico e social. Assim, se faz necessário aprofundar um pouco em como a estrutura curricular e seus objetivos estão articulados com o tripé área de concentração/linhas de pesquisa/projetos de pesquisas.
A COMISSÃO
COORDENADORA
Dra. Simone Aparecida Vieira
MEMBROS TITULARES
Profa. Dra. Natashi Aparecida Lima Pilon
Prof. Dr. Martin Francisco Pareja Piaggio
Jasmim Oliveira (representante discente)
MEMBROS SUPLENTES
Prof. Dr. Mathias Mistretta Pires
Mariana Pontes (representante discente)
HISTÓRICO
O Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPG-Ecologia) da UNICAMP é um dos primeiros quatro cursos de Ecologia do Brasil, tendo sido fundado em 1976, junto com os cursos do INPA, da Universidade Federal de São Carlos e da Universidade de Brasília.
Neste quase meio século, o mundo, o Brasil e a ciência sofreram mudanças dramáticas. Quando se iniciou o PPG-Ecologia da Unicamp, o Brasil ainda vivia sob regime militar, que dava prioridade ao desenvolvimento econômico irrestrito e que tinha a ocupação demográfica da Amazônia como uma questão de Segurança Nacional, mais do que econômica. A preocupação com o meio ambiente era descartada como marginal por políticos de todas as tendências. A ecologia era sinônima de ambientalismo, fazendo parte da contracultura; nem mesmo na esfera acadêmica era reconhecida como ciência. Nas universidades, ocorria a transição dos cursos de História Natural (geralmente em Faculdades de Filosofia) para os novos cursos de Biologia, em que se prestigiava a pesquisa em Genética, Bioquímica e Fisiologia. A Ecologia, seja como disciplina ou como pesquisa, estava encaixada na Botânica e Zoologia, com poucos departamentos próprios já instalados.
A grande expansão e institucionalização das pós-graduações, especialmente nas universidades públicas ou confessionais, se deu também a partir da década de 1970. Até 1990, aos quatro programas pioneiros citados acrescentaram-se mais seis; após 30 anos, no Brasil havia 35 programas de Ecologia, a maioria das quais oferecia o mestrado e o doutorado acadêmico (Scarano, F. R., 2008 -A expansão e as perspectivas da pós-graduação em Ecologia no Brasil. Revista Brasileira de Pós-Graduação, 5, 89–102). Hoje, 45 anos depois, existem 66 programas de Ecologia espalhados por todas as regiões do país.
Nas primeiras décadas, a demanda nos programas iniciais era formada por alunos recém-graduados em Biologia, Agronomia e áreas afins, mas também por docentes universitários. Gradualmente, o mestrado e depois o doutorado passaram a ser exigidos de docentes pertencentes aos quadros universitários. Para se manter ou progredir na carreira, foram dados prazos; paralelamente, houve uma política de afastamentos e concessão de bolsas para que docentes de universidades públicas atendessem a essa exigência. A partir da década de 1990, a maioria dos docentes antigos de universidades públicas havia obtido titulação ou se aposentado, e os concursos de ingresso já exigiam ao menos o mestrado. Com isto, as pós-graduações passaram a ser buscadas quase exclusivamente por alunos recém-graduados.
No âmbito do governo brasileiro, um projeto ambiental começou a tomar forma com a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), junto à Presidência da República, em 1973, logo após a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente (Estocolmo, 1972). Após a conferência seguinte (Rio, 1992) a SEMA foi elevada a Ministério do Meio Ambiente. Pouco antes, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), havia sido fundido com outros órgãos, formando o IBAMA (do qual posteriormente foi dissociado o ICMBio), como principal agência federal executora de política ambiental. Outro destaque a notar é o capítulo VI da Constituição Brasileira promulgada em 1988, considerado um marco no estabelecimento de uma política de preservação nacional e uso racional de recursos naturais.
A implementação dessa nova política ambiental, com um conjunto complexo de regramentos, fiscalizações e licenciamentos, motivou uma nova e importante demanda sobre as pós-graduações da área. Da mesma forma como nas universidades, exigiu-se de funcionários técnicos que se capacitassem; houve também um período de afastamentos remunerados e bolsas para que os quadros existentes pudessem se capacitar e titular. Os novos concursos passaram, igualmente, a estipular títulos de pós-graduação para ingresso nos quadros técnicos especializados de agências e ministérios. Houve, com isto, uma nova onda de técnicos governamentais, muitos com experiência extensa, que buscaram as pós-graduações nas décadas de 1990 e 2000. Para atender a esta demanda, que não visava carreiras de pesquisa básica ou acadêmica, foram criados também mestrados profissionalizantes, bem como convênios e parcerias entre universidades ou com as próprias instituições governamentais.
Em suma, ao longo de 45 anos, o volume e a qualidade da demanda sobre o Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Unicamp teve várias transformações importantes. Nesse Programa foram capacitados e titulados muitos docentes e técnicos especializados já pertencentes a universidades e órgãos governamentais. Egressos de nosso Programa contribuiram para alicerçar a maioria dos programas de pós-graduação em Ecologia no Brasil (exceto os voltados especificamente para a limnologia) fundados na grande expansão de 1980 até 2010. Também forneceram quadros qualificados para as novas agências e órgãos ambientais da esfera federal até municipal, além de pesquisadores e analistas para as grandes ONGs ambientais que atuam no Brasil.