MONOGRAFIAS
As monografias
deverão abordar um tema dentro de Ecologia de Populações
de Plantas e devem considerar as seguintes questões:
(1) Quais as questões teóricas envolvidas com o tema?
(2) O que existe sobre o assunto abordado?
(3) Os dados existentes sugerem algum padrão?
(4) O que existe feito no Brasil?
(5) Quais as perspectivas de estudos?
No caso de possuir dados referentes ao tema a ser abordado, utilize-os
para ilustrar o assunto sendo tratado.
As monografias serão apresentadas na forma de um trabalho
(verificar normas gerais da Revista
Brasileira de Botânica) e na forma de seminários,
a serem apresentados no final da disciplina.
Monografias
A
utilização das informações contidas
nas monografias deve respeitar os direitos de autoria, sempre citando
a fonte de informação. Procure sempre contactar os
autores quando for o caso. A forma de citação pode
variar um pouco dependendo das normas estabelecidas. No Scielo,
você pode encontrar como citar referências on-line das
revistas que estão disponíveis lá. Como exemplo,
utilize o formato: Garcia, E. & Colpas, F.T. 2004. Efeito da
predação de sementes no recrutamento de espécies
vegetais. In: Santos, F.A.M. (org.). Monografias desenvolvidas na
disciplina NT238 - Ecologia de Populações de Plantas
do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal,
IB, UNICAMP. Disponível em
<http://www.ib.unicamp.br/profs/fsantos/nt238/2004/Monografias/Monografia-Emilio-Flavia.pdf>.
[Acesso em 09/12/2004].
Dia:
09/12 (5a. feira) - IB6 (Prédio da PG)
1.
Alexander Vicente Christianini - O
balanço entre o número e o tamanho de sementes produzidas
por espécies vegetais lenhosas Neotropicais.
(9:00hs)
Resumo: O balanço entre o número
e o tamanho de sementes produzidas por plantas (SM-SO) tem sido
corroborado em vários estudos com espécies de todo
o mundo, mas generalizações a respeito de espécies
ocorrentes nos Neotrópicos são ainda relativamente
escassas. O objetivo deste trabalho foi testar a existência
deste balanço para espécies lenhosas Neotropicais
e verificar a influência do hábitat sobre este balanço.
A partir de dados de literatura e informações não
publicadas foram obtidas informações sobre valores
médios de produção e massa de sementes para
27 espécies florestais e 12 espécies de savana. Em
ambos ambientes foi observada a existência de um balanço
entre número e massa individual de sementes, com espécies
que produzem sementes grandes produzindo sementes em menor quantidade
do que espécies que produzem sementes pequenas. Porém,
espécies de savana produzem sementes em quantidade menor
do que espécies florestais (uma ordem de magnitude) para
uma dada massa de sementes. Os resultados são discutidos
com base em estratégias de vida das plantas nestes ambientes
e em outros fatores que podem influenciar no padrão observado,
indicando pontos a serem enfatizados em estudos futuros.
2.
Emilio Garcia e Flavia Tavares Colpas - Efeito
da predação de sementes no recrutamento de espécies
vegetais. (9:30hs)
Resumo: A produção e dispersão
de sementes são processos importantes para a dinâmica
populacional das plantas, uma vez que nem todos os hábitats
são favoráveis à fixação de um
novo indivíduo e nem todas as sementes se mantêm viáveis.
Dentre as causas de mortalidade de sementes, destacam-se o ataque
por parasitas e a predação, usualmente dividida em
predação pré dispersão e predação
pós dispersão. Este trabalho teve como objetivo entender
alguns aspectos da predação de sementes e suas conseqüências
sobre o recrutamento de plantas, procurando responder às
seguintes perguntas: (1) A predação de sementes afeta
a distribuição espacial de espécies vegetais?
(2) Como isto ocorre em espécies de diferentes formas de
vida? (3) Qual a contribuição da predação
de sementes para a mortalidade de sementes frente a outras formas
de mortalidade? (4) Qual o efeito da predação de sementes
pós dispersão? Os exemplos apresentados demonstraram
forte influência da predação de sementes sobre
o recrutamento das plantas. A magnitude do impacto depende das espécies
vegetais, que diferem não só em suas formas de vida,
mas também de suas histórias de vida e das de seus
predadores, que determinam, em última instância, as
trocas entre adaptação e extinção, com
conseqüências a curto e longo prazo.
3.
Leonardo Dias Meireles - Podem
os agentes dispersores influenciar no padrão de distribuição
espacial de espécies vegetais tropicais? (10:30hs)
Resumo: Nas últimas décadas vários
pesquisadores têm verificado como a dispersão pode
influenciar na estrutura de comunidades vegetais. Vários
trabalhos têm testado a importância da dispersão
nos padrões de abundância, distribuição,
dispersão geográfica e coexistência de espécies.
O comportamento dos agentes dispersores poderia influenciar no padrão
de deposição das sementes e consequentemente definir
as condições sobre as quais as plântulas sobreviveriam.
O objetivo desta mografia é elencar trabalhos que demonstrem
como os dispersores podem interferir no nível de agregação
espacial de espécies vegetais dentro de comunidades e verificar
se algum padrão pode ser observado, principalmente quando
os dispersores são aves ou mamíferos. Pretende-se
também discutir quais seriam os limites desta abordagem.
4.
Maína Bertagna - O
papel da dispersão de sementes na estruturação
genética de populações fragmentadas de plantas.
(11:00hs)
Resumo: A fragmentação pode modificar
a composição genética das espécies de
plantas ao longo do tempo. O elemento–chave para predizer
os efeitos da fragmentação é o nível
de fluxo gênico entre as populações. Com altas
taxas de fluxo gênico, pouca variabilidade genética
será perdida nos fragmentos em níveis individuais
e na espécie como um todo. Por outro lado, se as taxas de
fluxo gênico são reduzidas abaixo dos níveis
anteriores à fragmentação, então a estruturação
genética entre fragmentos aumentará e a variabilidade
genética nos fragmentos diminuirá. A dispersão
é um dos componentes do fluxo gênico e seus mecanismos
modelam a composição genética de espécies
de plantas. De um modo geral, em espécies fragmentadas com
dispersão limitada de sementes é muito provável
haver uma heterogeneidade genética entre as populações
de novas plântulas, enquanto que espécies com uma dispersão
de sementes mais ampla devem ter uma heterogeneidade genética
menor entre fragmentos. A utilização de marcadores
moleculares está auxiliando estudos que tentam demonstrar
a extensão e a magnitude do fluxo gênico através
da contribuição relativa da dispersão de pólen
e de sementes nas populações fragmentadas. Os poucos
estudos feitos até o momento mostraram que o papel da dispersão
de sementes na estrutura genética de plantas fragmentadas
varia de espécie para a espécie, pois cada uma responde
diferentemente ao meio no qual ela vive, à sua interação
com agentes dispersores e polinizadores e à fragmentação.
5.
Valério Andrade Melo - Isolamento
reprodutivo em árvores neotropicais: uma breve introdução.
(14:00hs)
Resumo: Será
feita uma revisão de literatura buscando determinar fatores
que influenciem o isolamento reprodutivo de árvores neotropicais.
Presume-se que o isolamento se relaciona à densidade e à
distribuição espacial dos indivíduos das plantas,
não permitindo fluxo gênico entre as populações.
Um ponto importante deve ser a limitação imposta por
sistemas de polinização cruzada especializados, que
podem influenciar a efetividade da polinização e a
posterior produção de sementes. Espera-se que estes
fatores estejam atuando em conjunto para determinar se existe ou
não isolamento reprodutivo em cada população.
6.
Rafael Carvalho da Costa - Variações
nas relações alométricas em espécies
lenhosas tropicais. (14:30hs)
Resumo: As variações nas relações
alométricas de plantas são conseqüência
das estratégias de alocação de recursos adotadas
para vencer barreiras competitivas ou condições de
estresse. O entendimento de tais estratégias é importante
para entender as diferenças adaptativas entre espécies,
interações competitivas, e a estrutura e dinâmica
de comunidades vegetais, principalmente através de comparações
entre espécies, formas de crescimento e fisionomias vegetais.
Propõe-se aqui revisar o conhecimento sobre variações
em relações alométricas para espécies
lenhosas de fisionomias vegetais tropicais, com ênfase no
significado de tais estratégias para a obtenção
de recursos e diante de condições de estresse.
7.
Rodolpho Antunes Mafei - Considerações
ao manejo sustentável do palmito (Euterpe edulis
Martius). (15:30hs)
Resumo: Devido ao avançado estado de degradação
em que a Floresta Atlântica se encontra, hoje em dia é
dado um novo enfoque quanto ao uso de seus recursos, considerando
que a conservação de uma floresta não significa
necessariamente mantê-la intacta, mas que os produtos florestais
podem ser extraídos sem comprometer sua estrutura e função
ecológica. Este trabalho procurou rever a bibliografia relacionada
ao manejo sustentado do palmito (Euterpe edulis Martius),
considerando todos os aspectos envolvidos: determinação
do estoque disponível, as taxas de incremento e estudos sobre
a regeneração natural da espécie. Estes aspectos
foram ainda relacionados com a interação do palmito
com a fauna e como o manejo é tratado na legislação
do Estado de São Paulo.
8.
Sylene Del Carlo Emerique – Efeitos
do fogo na reprodução de espécies lenhosas
de savanas tropicais. (16:00hs)
Resumo: De modo geral, o fogo tem efeitos negativos
na reprodução sexual das espécies arbóreas
de savanas. Já as respostas das espécies arbustivas
variam dependendo da espécie, quando são avaliados
os efeitos do fogo na reprodução sexual e vegetativa.
Os efeitos negativos do fogo na reprodução sexual
dependem não só das variações espaciais
e temporais do fogo, mas também de características
das espécies de plantas, como porte, arquitetura, fenologia,
sucesso reprodutivo, mecanismos de proteção das sementes
e habilidade de rebrota das plântulas. O fogo recorrente nas
savanas deve favorecer espécies com reprodução
clonal, pois nestes casos, a reprodução vegetativa
é mais vantajosa do que a reprodução sexual.
São fundamentais estudos sobre a proporção
de reprodução clonal e sexual das populações
e os efeitos do fogo na reprodução de espécies
lenhosas de savanas, para prever a longo prazo a manutenção
das populações, além de dar subsídios
aos planos de manejo. Estudos sobre a reprodução sexual
nas savanas devem quantificar a intensidade dos eventos reprodutivos,
como floração, frutificação, germinação
e estabelecimento. Alguns estudos têm mostrado a funcionalidade
da reprodução sexual nas espécies lenhosas,
entretanto, existem poucas informações sobre o estabelecimento
de plântulas nas savanas tropicais. Particularmente, estudos
que avaliam o sucesso no estabelecimento devem definir períodos
de tempo suficientes para obterem taxas efetivas de sobrevivência.
As plantas do cerrado geralmente apresentam tolerância ao
fogo, entretanto, ainda não sabemos os efeitos do aumento
das freqüências das queimadas, para o estabelecimento
das plântulas e seus efeitos a longo prazo.
Dia:
10/12 (6a. feira) - IB6 (Prédio da PG)
1.
Silvana Cristina Pereira Muniz de Souza - A
influência da luz na distribuição espacial nas
florestas tropicais. (9:00hs)
Resumo: Vários são os fatores que
afetam a estrutura espacial das espécies em áreas
florestais: luz, topografia, perturbações, dispersão,
predação e etc; dentre estes, a luz exerce grande
influência, atuando como fator limitante na germinação
das espécies fotoblásticas e na sobrevivência
e crescimento de grande parte das espécies. Nesta monografia,
pretendo realizar uma revisão de literatura sobre os fatores
abióticos que afetam a estrutura espacial das espécies
arbóreas em áreas florestais, enfocando o papel da
luminosidade e os métodos disponíveis que possibilitam
determinar influência deste fator na distribuição
espacial.
2.
Ricardo Augusto Gorni Viani - Os
fatores bióticos no raleamento de populações
de plântulas. (9:30hs)
Resumo: O estádio de plântulas é
para muitas espécies um estádio crítico no
qual muitos dos indivíduos morrem. O proposto é compilar
trabalhos com populações de espécies arbóreas
tropicais e discutir o papel dos fatores bióticos, como predação
e competição no raleamento de populações
de plantas no estádio de plântula. Possivelmente serão
usados dados coletados com algumas populações para
ilustrar.
3.
Fabiano Turini Farah e Claudia Maria Iannelli Servin - A
estrutura de classes prevê o crescimento de populações
arbóreas? Estudo de caso em uma floresta estacional semidecidual.
(11:00hs)
Resumo: Será feita uma revisão sobre
modelos para descrição de crescimento populacional.
Em seguida, será aplicado um software para se descobrir em
qual modelo se enquadra a variação populacional de
uma espécie da reserva de Santa Genebra - Trichilia clausenii,
por ex., durante o período de 22 anos de acompanhamento com
intervalos irregulares de amostragem.
4.
Carolina Bernucci Virillo - Influência
do fogo sobre a demografia de espécies lenhosas de savana.
(10:30)
Resumo: Na minha monografia vou falar sobra a demografia
de espécies lenhosas em savanas, incluindo os cerrados brasileiros.
Como a maioria dos trabalhos encontrados até agora são
focados nos efeitos do fogo sobre a dinâmica das populações,
vou fazer um apanhado geral sobre este assunto e depois vou focar
em outros efeitos diferentes de fogo nas populações
de savanas, e porque há tão poucos estudos que levem
em consideração outros efeitos que não o fogo
nas populações (será que só o fogo exerce
forte influência?).
5.
Maria Cristina Medeiros Mazza - Uso
de modelos demográficos de viabilidade de população
e análise de elasticidade na consevação e manejo
de espécies vegetais ameaçadas, com ênfase em
arbóreas e arbustivas. (14:00hs)
Resumo: Revisão sobre as formas de aplicação
de modelos demográficos nas tomadas de decisão sobre
conservação e manejo de espécies de plantas
ameaçadas ou sob risco potencial. Serão abordados
e discutidos o uso de modelos de viabilidade de populações
(PVA) e a aplicação da análise de sensibilidade
nas recomendações de conservação e manejo.
6.
Maria Rosa Darrigo - Alguns
efeitos populacionais resultantes de exploração madereira
e possíveis conseqüências às populações
exploradas. (14:30hs)
Resumo: Muito tem se argumentado a favor do manejo
em áreas de extração de madeira visando a conservação
de florestas. Poucos estudos, no entanto realmente documentam o
efeito da extração na comunidade de árvores
em geral (considerando variações na densidade , alterações
de DAP etc...) ou na dinâmica das populações
que estão sofrendo extração. Gostaria de realizar
uma revisão sobre os estudos já feitos sobre esse
assunto e se possível utilizando exemplos com espécies
nativas do Brasil.
7.
Roselaine Facanali - Ecologia
de populações de espécies prioritárias
para conservação e uso: um estudo de caso, usando
como modelo a Casearia sylvestris Sw. (15:30hs)
Resumo: Atualmente um dos grandes problemas quanto
à manutenção e uso dos recursos florestais
naturais é baseado na exploração por meio de
extrativismo. Diante disto pretendo fazer uma revisão das
necessidades básicas que permitam estabelecer programas básicos
de manejo e conservação das espécies, usando
como exemplo para tal a espécie Casearia sylvestris
Sw.
8.
Erico Fernando Lopes Pereira-Silva - Alterações
temporais na distribuição dos diâmetros de espécies
arbóreas. (16:00hs)
Resumo:
Este trabalho propõe uma revisão de literatura a respeito
da análise de crescimento em espécies arbóreas
a partir da avaliação da variação dimensional
de seu diâmetro. Esse tipo de avaliação é
realizado por uma diversidade de métodos que buscam a determinação
do tempo de vida das espécies através de medidas repetidas
de diâmetro e de previsões na sua variação.
O uso das medidas de diâmetro em determinados intervalos de
tempo, ao contrário dos métodos de contagem de anéis,
representa uma importante ferramenta na inferência de idades
das espécies de florestas tropicais, as quais apresentam
um crescimento irregular de seus anéis. Alguns estudos de
caso foram apresentados, como trabalhos com balanceamento diamétrico,
uso de matrizes de transição, distribuições
diamétricas embasadas em curvas do tipo “J” invertido
e alterações temporais na distribuição
diamétrica. Esses resultados sugeriram um comportamento variável
da estrutura diamétrica das populações em função
de inúmeros fatores ambientais (clima, luz, solo, etc) e
antrópicos (exploração, desmatamento, sucessão,
etc). Esse tipo de abordagem evidenciou características da
dinâmica de florestas e possibilitou determinar os padrões
de crescimento de diversas espécies de interesse econômico
e ecológico, visando a conservação e a sustentabilidade
das populações de plantas.
9.
Eduardo Malta Campos Filho - Estrutura e dinâmica de populações
de plantas esciófitas e heliófitas em clareiras.
Resumo: As plantas apresentam respostas diferenciadas à
abertura de clareiras em florestas. Espera-se que plantas heliófitas
se beneficiem desses ambientes, tendo aumento das taxas de crescimento
populacional e de tamanho dos indivíduos, ocorrendo também
efeitos de densidade e de competição intra e interespecífica
por luz e espaço. Espécies esciófitas podem
apresentar diferentes respostas em clareiras, como aumento da mortalidade
dos indivíduos mais jovens e aumento do crescimento de indivíduos
mais velhos. Discutir a função seral dessas espécies
em clareiras. Comparar estrutura populacional da taquara heliófita
Merostachys cf. speciosa (POACEAE-BAMBUSOIDEAE)
e do arbusto esciófito Mostuea muricata (GELSEMIACEAE).
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