NT 238 - Ecologia de Populações de Plantas
2º semestre de 2004

Professor Responsável: Flavio Antonio Maës dos Santos
                         
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MONOGRAFIAS

As monografias deverão abordar um tema dentro de Ecologia de Populações de Plantas e devem considerar as seguintes questões:
(1) Quais as questões teóricas envolvidas com o tema?
(2) O que existe sobre o assunto abordado?
(3) Os dados existentes sugerem algum padrão?
(4) O que existe feito no Brasil?
(5) Quais as perspectivas de estudos?
No caso de possuir dados referentes ao tema a ser abordado, utilize-os para ilustrar o assunto sendo tratado.
As monografias serão apresentadas na forma de um trabalho (verificar normas gerais da Revista Brasileira de Botânica) e na forma de seminários, a serem apresentados no final da disciplina.

Monografias

A utilização das informações contidas nas monografias deve respeitar os direitos de autoria, sempre citando a fonte de informação. Procure sempre contactar os autores quando for o caso. A forma de citação pode variar um pouco dependendo das normas estabelecidas. No Scielo, você pode encontrar como citar referências on-line das revistas que estão disponíveis lá. Como exemplo, utilize o formato: Garcia, E. & Colpas, F.T. 2004. Efeito da predação de sementes no recrutamento de espécies vegetais. In: Santos, F.A.M. (org.). Monografias desenvolvidas na disciplina NT238 - Ecologia de Populações de Plantas do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, IB, UNICAMP. Disponível em
<http://www.ib.unicamp.br/profs/fsantos/nt238/2004/Monografias/Monografia-Emilio-Flavia.pdf>. [Acesso em 09/12/2004].

Dia: 09/12 (5a. feira) - IB6 (Prédio da PG)

1. Alexander Vicente Christianini - O balanço entre o número e o tamanho de sementes produzidas por espécies vegetais lenhosas Neotropicais. (9:00hs)
Resumo: O balanço entre o número e o tamanho de sementes produzidas por plantas (SM-SO) tem sido corroborado em vários estudos com espécies de todo o mundo, mas generalizações a respeito de espécies ocorrentes nos Neotrópicos são ainda relativamente escassas. O objetivo deste trabalho foi testar a existência deste balanço para espécies lenhosas Neotropicais e verificar a influência do hábitat sobre este balanço. A partir de dados de literatura e informações não publicadas foram obtidas informações sobre valores médios de produção e massa de sementes para 27 espécies florestais e 12 espécies de savana. Em ambos ambientes foi observada a existência de um balanço entre número e massa individual de sementes, com espécies que produzem sementes grandes produzindo sementes em menor quantidade do que espécies que produzem sementes pequenas. Porém, espécies de savana produzem sementes em quantidade menor do que espécies florestais (uma ordem de magnitude) para uma dada massa de sementes. Os resultados são discutidos com base em estratégias de vida das plantas nestes ambientes e em outros fatores que podem influenciar no padrão observado, indicando pontos a serem enfatizados em estudos futuros.

2. Emilio Garcia e Flavia Tavares Colpas - Efeito da predação de sementes no recrutamento de espécies vegetais. (9:30hs)
Resumo: A produção e dispersão de sementes são processos importantes para a dinâmica populacional das plantas, uma vez que nem todos os hábitats são favoráveis à fixação de um novo indivíduo e nem todas as sementes se mantêm viáveis. Dentre as causas de mortalidade de sementes, destacam-se o ataque por parasitas e a predação, usualmente dividida em predação pré dispersão e predação pós dispersão. Este trabalho teve como objetivo entender alguns aspectos da predação de sementes e suas conseqüências sobre o recrutamento de plantas, procurando responder às seguintes perguntas: (1) A predação de sementes afeta a distribuição espacial de espécies vegetais? (2) Como isto ocorre em espécies de diferentes formas de vida? (3) Qual a contribuição da predação de sementes para a mortalidade de sementes frente a outras formas de mortalidade? (4) Qual o efeito da predação de sementes pós dispersão? Os exemplos apresentados demonstraram forte influência da predação de sementes sobre o recrutamento das plantas. A magnitude do impacto depende das espécies vegetais, que diferem não só em suas formas de vida, mas também de suas histórias de vida e das de seus predadores, que determinam, em última instância, as trocas entre adaptação e extinção, com conseqüências a curto e longo prazo.

3. Leonardo Dias Meireles - Podem os agentes dispersores influenciar no padrão de distribuição espacial de espécies vegetais tropicais? (10:30hs)
Resumo: Nas últimas décadas vários pesquisadores têm verificado como a dispersão pode influenciar na estrutura de comunidades vegetais. Vários trabalhos têm testado a importância da dispersão nos padrões de abundância, distribuição, dispersão geográfica e coexistência de espécies. O comportamento dos agentes dispersores poderia influenciar no padrão de deposição das sementes e consequentemente definir as condições sobre as quais as plântulas sobreviveriam. O objetivo desta mografia é elencar trabalhos que demonstrem como os dispersores podem interferir no nível de agregação espacial de espécies vegetais dentro de comunidades e verificar se algum padrão pode ser observado, principalmente quando os dispersores são aves ou mamíferos. Pretende-se também discutir quais seriam os limites desta abordagem.

4. Maína Bertagna - O papel da dispersão de sementes na estruturação genética de populações fragmentadas de plantas. (11:00hs)
Resumo: A fragmentação pode modificar a composição genética das espécies de plantas ao longo do tempo. O elemento–chave para predizer os efeitos da fragmentação é o nível de fluxo gênico entre as populações. Com altas taxas de fluxo gênico, pouca variabilidade genética será perdida nos fragmentos em níveis individuais e na espécie como um todo. Por outro lado, se as taxas de fluxo gênico são reduzidas abaixo dos níveis anteriores à fragmentação, então a estruturação genética entre fragmentos aumentará e a variabilidade genética nos fragmentos diminuirá. A dispersão é um dos componentes do fluxo gênico e seus mecanismos modelam a composição genética de espécies de plantas. De um modo geral, em espécies fragmentadas com dispersão limitada de sementes é muito provável haver uma heterogeneidade genética entre as populações de novas plântulas, enquanto que espécies com uma dispersão de sementes mais ampla devem ter uma heterogeneidade genética menor entre fragmentos. A utilização de marcadores moleculares está auxiliando estudos que tentam demonstrar a extensão e a magnitude do fluxo gênico através da contribuição relativa da dispersão de pólen e de sementes nas populações fragmentadas. Os poucos estudos feitos até o momento mostraram que o papel da dispersão de sementes na estrutura genética de plantas fragmentadas varia de espécie para a espécie, pois cada uma responde diferentemente ao meio no qual ela vive, à sua interação com agentes dispersores e polinizadores e à fragmentação.

5. Valério Andrade Melo - Isolamento reprodutivo em árvores neotropicais: uma breve introdução. (14:00hs)
Resumo:
Será feita uma revisão de literatura buscando determinar fatores que influenciem o isolamento reprodutivo de árvores neotropicais. Presume-se que o isolamento se relaciona à densidade e à distribuição espacial dos indivíduos das plantas, não permitindo fluxo gênico entre as populações. Um ponto importante deve ser a limitação imposta por sistemas de polinização cruzada especializados, que podem influenciar a efetividade da polinização e a posterior produção de sementes. Espera-se que estes fatores estejam atuando em conjunto para determinar se existe ou não isolamento reprodutivo em cada população.

6. Rafael Carvalho da Costa - Variações nas relações alométricas em espécies lenhosas tropicais. (14:30hs)
Resumo: As variações nas relações alométricas de plantas são conseqüência das estratégias de alocação de recursos adotadas para vencer barreiras competitivas ou condições de estresse. O entendimento de tais estratégias é importante para entender as diferenças adaptativas entre espécies, interações competitivas, e a estrutura e dinâmica de comunidades vegetais, principalmente através de comparações entre espécies, formas de crescimento e fisionomias vegetais. Propõe-se aqui revisar o conhecimento sobre variações em relações alométricas para espécies lenhosas de fisionomias vegetais tropicais, com ênfase no significado de tais estratégias para a obtenção de recursos e diante de condições de estresse.

7. Rodolpho Antunes Mafei - Considerações ao manejo sustentável do palmito (Euterpe edulis Martius). (15:30hs)
Resumo: Devido ao avançado estado de degradação em que a Floresta Atlântica se encontra, hoje em dia é dado um novo enfoque quanto ao uso de seus recursos, considerando que a conservação de uma floresta não significa necessariamente mantê-la intacta, mas que os produtos florestais podem ser extraídos sem comprometer sua estrutura e função ecológica. Este trabalho procurou rever a bibliografia relacionada ao manejo sustentado do palmito (Euterpe edulis Martius), considerando todos os aspectos envolvidos: determinação do estoque disponível, as taxas de incremento e estudos sobre a regeneração natural da espécie. Estes aspectos foram ainda relacionados com a interação do palmito com a fauna e como o manejo é tratado na legislação do Estado de São Paulo.

8. Sylene Del Carlo Emerique – Efeitos do fogo na reprodução de espécies lenhosas de savanas tropicais. (16:00hs)
Resumo: De modo geral, o fogo tem efeitos negativos na reprodução sexual das espécies arbóreas de savanas. Já as respostas das espécies arbustivas variam dependendo da espécie, quando são avaliados os efeitos do fogo na reprodução sexual e vegetativa. Os efeitos negativos do fogo na reprodução sexual dependem não só das variações espaciais e temporais do fogo, mas também de características das espécies de plantas, como porte, arquitetura, fenologia, sucesso reprodutivo, mecanismos de proteção das sementes e habilidade de rebrota das plântulas. O fogo recorrente nas savanas deve favorecer espécies com reprodução clonal, pois nestes casos, a reprodução vegetativa é mais vantajosa do que a reprodução sexual. São fundamentais estudos sobre a proporção de reprodução clonal e sexual das populações e os efeitos do fogo na reprodução de espécies lenhosas de savanas, para prever a longo prazo a manutenção das populações, além de dar subsídios aos planos de manejo. Estudos sobre a reprodução sexual nas savanas devem quantificar a intensidade dos eventos reprodutivos, como floração, frutificação, germinação e estabelecimento. Alguns estudos têm mostrado a funcionalidade da reprodução sexual nas espécies lenhosas, entretanto, existem poucas informações sobre o estabelecimento de plântulas nas savanas tropicais. Particularmente, estudos que avaliam o sucesso no estabelecimento devem definir períodos de tempo suficientes para obterem taxas efetivas de sobrevivência. As plantas do cerrado geralmente apresentam tolerância ao fogo, entretanto, ainda não sabemos os efeitos do aumento das freqüências das queimadas, para o estabelecimento das plântulas e seus efeitos a longo prazo.

Dia: 10/12 (6a. feira) - IB6 (Prédio da PG)

1. Silvana Cristina Pereira Muniz de Souza - A influência da luz na distribuição espacial nas florestas tropicais. (9:00hs)
Resumo: Vários são os fatores que afetam a estrutura espacial das espécies em áreas florestais: luz, topografia, perturbações, dispersão, predação e etc; dentre estes, a luz exerce grande influência, atuando como fator limitante na germinação das espécies fotoblásticas e na sobrevivência e crescimento de grande parte das espécies. Nesta monografia, pretendo realizar uma revisão de literatura sobre os fatores abióticos que afetam a estrutura espacial das espécies arbóreas em áreas florestais, enfocando o papel da luminosidade e os métodos disponíveis que possibilitam determinar influência deste fator na distribuição espacial.

2. Ricardo Augusto Gorni Viani - Os fatores bióticos no raleamento de populações de plântulas. (9:30hs)
Resumo: O estádio de plântulas é para muitas espécies um estádio crítico no qual muitos dos indivíduos morrem. O proposto é compilar trabalhos com populações de espécies arbóreas tropicais e discutir o papel dos fatores bióticos, como predação e competição no raleamento de populações de plantas no estádio de plântula. Possivelmente serão usados dados coletados com algumas populações para ilustrar.

3. Fabiano Turini Farah e Claudia Maria Iannelli Servin - A estrutura de classes prevê o crescimento de populações arbóreas? Estudo de caso em uma floresta estacional semidecidual. (11:00hs)
Resumo: Será feita uma revisão sobre modelos para descrição de crescimento populacional. Em seguida, será aplicado um software para se descobrir em qual modelo se enquadra a variação populacional de uma espécie da reserva de Santa Genebra - Trichilia clausenii, por ex., durante o período de 22 anos de acompanhamento com intervalos irregulares de amostragem.

4. Carolina Bernucci Virillo - Influência do fogo sobre a demografia de espécies lenhosas de savana. (10:30)
Resumo: Na minha monografia vou falar sobra a demografia de espécies lenhosas em savanas, incluindo os cerrados brasileiros. Como a maioria dos trabalhos encontrados até agora são focados nos efeitos do fogo sobre a dinâmica das populações, vou fazer um apanhado geral sobre este assunto e depois vou focar em outros efeitos diferentes de fogo nas populações de savanas, e porque há tão poucos estudos que levem em consideração outros efeitos que não o fogo nas populações (será que só o fogo exerce forte influência?).

5. Maria Cristina Medeiros Mazza - Uso de modelos demográficos de viabilidade de população e análise de elasticidade na consevação e manejo de espécies vegetais ameaçadas, com ênfase em arbóreas e arbustivas. (14:00hs)
Resumo:
Revisão sobre as formas de aplicação de modelos demográficos nas tomadas de decisão sobre conservação e manejo de espécies de plantas ameaçadas ou sob risco potencial. Serão abordados e discutidos o uso de modelos de viabilidade de populações (PVA) e a aplicação da análise de sensibilidade nas recomendações de conservação e manejo.

6. Maria Rosa Darrigo - Alguns efeitos populacionais resultantes de exploração madereira e possíveis conseqüências às populações exploradas. (14:30hs)
Resumo: Muito tem se argumentado a favor do manejo em áreas de extração de madeira visando a conservação de florestas. Poucos estudos, no entanto realmente documentam o efeito da extração na comunidade de árvores em geral (considerando variações na densidade , alterações de DAP etc...) ou na dinâmica das populações que estão sofrendo extração. Gostaria de realizar uma revisão sobre os estudos já feitos sobre esse assunto e se possível utilizando exemplos com espécies nativas do Brasil.

7. Roselaine Facanali - Ecologia de populações de espécies prioritárias para conservação e uso: um estudo de caso, usando como modelo a Casearia sylvestris Sw. (15:30hs)
Resumo: Atualmente um dos grandes problemas quanto à manutenção e uso dos recursos florestais naturais é baseado na exploração por meio de extrativismo. Diante disto pretendo fazer uma revisão das necessidades básicas que permitam estabelecer programas básicos de manejo e conservação das espécies, usando como exemplo para tal a espécie Casearia sylvestris Sw.

8. Erico Fernando Lopes Pereira-Silva - Alterações temporais na distribuição dos diâmetros de espécies arbóreas. (16:00hs)
Resumo: Este trabalho propõe uma revisão de literatura a respeito da análise de crescimento em espécies arbóreas a partir da avaliação da variação dimensional de seu diâmetro. Esse tipo de avaliação é realizado por uma diversidade de métodos que buscam a determinação do tempo de vida das espécies através de medidas repetidas de diâmetro e de previsões na sua variação. O uso das medidas de diâmetro em determinados intervalos de tempo, ao contrário dos métodos de contagem de anéis, representa uma importante ferramenta na inferência de idades das espécies de florestas tropicais, as quais apresentam um crescimento irregular de seus anéis. Alguns estudos de caso foram apresentados, como trabalhos com balanceamento diamétrico, uso de matrizes de transição, distribuições diamétricas embasadas em curvas do tipo “J” invertido e alterações temporais na distribuição diamétrica. Esses resultados sugeriram um comportamento variável da estrutura diamétrica das populações em função de inúmeros fatores ambientais (clima, luz, solo, etc) e antrópicos (exploração, desmatamento, sucessão, etc). Esse tipo de abordagem evidenciou características da dinâmica de florestas e possibilitou determinar os padrões de crescimento de diversas espécies de interesse econômico e ecológico, visando a conservação e a sustentabilidade das populações de plantas.

9. Eduardo Malta Campos Filho - Estrutura e dinâmica de populações de plantas esciófitas e heliófitas em clareiras.
Resumo:
As plantas apresentam respostas diferenciadas à abertura de clareiras em florestas. Espera-se que plantas heliófitas se beneficiem desses ambientes, tendo aumento das taxas de crescimento populacional e de tamanho dos indivíduos, ocorrendo também efeitos de densidade e de competição intra e interespecífica por luz e espaço. Espécies esciófitas podem apresentar diferentes respostas em clareiras, como aumento da mortalidade dos indivíduos mais jovens e aumento do crescimento de indivíduos mais velhos. Discutir a função seral dessas espécies em clareiras. Comparar estrutura populacional da taquara heliófita Merostachys cf. speciosa (POACEAE-BAMBUSOIDEAE) e do arbusto esciófito Mostuea muricata (GELSEMIACEAE).