Local: CB03
Ministrante: Prof. Dr. Hamilton Roschel - Professor Doutor da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP). Coordenador do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição (Applied Physiology and Nutrition Research Group) da EEFE e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Coordenador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP). Tem como linhas de pesquisa: “efeitos terapêuticos do exercício e da nutrição em doenças crônicas e no envelhecimento”, “nutrição aplicada ao exercício”, “adaptações neuromusculares ao treinamento de força” e "nutrição esportiva".
Ementa: Hipócrates, há 2400 anos, afirmou:
“O que é utilizado, desenvolve-se, o que não o é, desgasta-se... se houver alguma deficiência de alimento e exercício, o corpo adoecerá”.
As proféticas palavras do “pai da medicina” têm ganhado um respaldo científico cada vez mais denso. Estudos epidemiológicos demonstram que a inatividade física aumenta substancialmente a incidência relativa de doença crônicas não transmissíveis em diversas faixas etárias. As evidências também indicam que a inatividade física é independentemente associada à mortalidade, obesidade, maior incidência de queda e debilidade física em idosos, dislipidemia, depressão, demência, ansiedade e alterações do humor, entre outros. Em populações pediátricas, o sedentarismo é também considerado o principal fator responsável pelo aumento pandêmico na incidência de obesidade juvenil, além de ser um componente agravante do estado geral de saúde em crianças e adolescentes acometidos por diferentes doenças. De certo, a inatividade física é um dos grandes problemas de saúde pública na sociedade moderna. O ônus socioeconômico da inatividade física é alarmante: estimativas sugerem que os custos relacionados ao tratamento de doenças e condições possivelmente evitadas pela prática regular de atividade física são da ordem de um trilhão de dólares por ano, apenas nos Estados Unidos. Diante do quadro apresentado, torna-se evidente que a prática de exercícios físicos é não só uma medida de promoção da saúde e de prevenção de doenças, mas é também uma medida terapêutica de suma relevância, considerada tratamento de primeira linha em diversas doenças crônicas, tais como diabetes do tipo 2 e hipertensão arterial. Assim, entidades e colegiados internacionais, como o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) e a Associação Americana de Cardiologia (AHA), têm divulgado o exercício como um verdadeiro “remédio”, através do lema “Exercise is Medicine” (ACSM, 2010). Parece consenso, então, que no mundo moderno, ou seja, na era da tecnologia e da mecanização, o esporte e/ou prática de atividade física vem ganhando espaço fundamental na prevenção, na conservação e na melhoria dos padrões fisiológicos do ser humano. A experiência e a evidência científica confirmam o velho princípio: a atividade física constitui uma parte integral da vida humana e o homem necessita de urn mínimo dessa atividade para manter-se orgânica e emocionalmente sadio.